Aprenda Grego Antigo
Por quê?
Quando digo que estudo e dou aulas de Grego Antigo, além do tradicional “fala alguma coisa em grego”, o que mais me perguntam é por que aprender grego?
As respostas para essa pergunta podem ser muitas e variadas, então vou elencar aqui algumas das razões que acho interessantes:
1. Aprender grego é (re)aprender português.
A língua grega faz parte da história da própria língua portuguesa. Muito do vocabulário da nossa língua deriva do grego. Ao aprendê-lo, não só revisitamos a nossa própria língua quanto somos capaz de repensá-la em suas estruturas e significados.
2. Aprender grego é pensar por si mesmo.
Diversas obras foram escritas em língua grega: poesia, filosofia, historiografia e mesmo romance, em textos que vão desde a Ilíada e a Odisseia, ambas de Homero, até a Bíblia, abrangendo uma história literária de pelo menos 13 séculos (VII AEC – V AEC), sem contar a produção erudita posterior também em grego antigo. Essa obras, além de seu grande valor, também influenciaram parte da literatura mundial. Sabendo o Grego, podemos ler seus originais e formar uma opinião própria acerca de seus conteúdos sem o intermédio de traduções, que são incapazes de expressar, ainda que bem feitas, todas as nuances e particularidades de uma língua original.
3. Aprender grego é conhecer uma nova cultura.
Muito embora exista certo sentimento de familiaridade com a Antiguidade Grega, sobretudo em função de sua mitologia, que tanto permeia nosso imaginário, a verdade é que apenas parte dessa cultura chegou até nós. Ao aprender o Grego, não só somos capazes de saber mais sobre a cultura antiga como também, ao pensarmos a língua em suas estruturas e sentidos, temos contato com um universo de significados antes inimagináveis para nós. Por exemplo: você sabia que um grego não sentia medo? Pois é, na construção da língua grega não somos nós os agentes do sentimento, mas é o sentimento que age sobre nós: um grego não sente sono, é o Sono quem o toma, algo próximo a quando nós dizemos “Hmmm, me bateu uma fome!”.
4. Aprender grego é cuidar de si.
Aprender uma nova língua, na medida em que demanda esforço mental, funciona para o cérebro como exercício antienvelhecimento, isto é, inibe o envelhecimento cerebral e o desenvolvimento de doenças neurológicas, além de também favorecer capacidades cognitivas — quanto mais línguas você aprende, mais fácil se torna aprendê-las.
5. Aprender grego é se apaixonar.
Tudo que elenquei anteriormente — saber mais do próprio português, poder ler originais, conhecer uma nova cultura e desenvolver a mente — dificilmente tem um resultado diferente do que a paixão por esse universo que a língua grega desvela para nós. É possível ser apaixonado por Grécia Antiga e querer aprender Grego, mas é impossível, depois de aprendê-lo, não se apaixonar por tudo que ele nos apresenta. Eu comecei a estudá-lo pela primeira via, mas o número de amigos que se apaixonaram quando começaram seus estudos também é grande.
Vem comigo!
As aulas e o método
O método que eu utilizo para nossas aulas é o Aprendendo Grego, traduzido pela Editora Odysseus do original Learning/Reading Greek. Ele não só foi o método com o qual aprendi na graduação como é também um dos mais utilizados no país, sendo o adotado pelos professores da USP já há bons anos.
Associando leitura de textos ao estudo de pontos gramaticais, o Aprendendo Grego garante a compreensão e o aprendizado das principais estruturas da língua. Seu foco é no Grego Clássico, isto é, no grego utilizado por autores como Platão, Tucídides e Aristófanes, entre outros. No entanto, ao fim do método, quando o domínio do idioma já é maior, são apresentadas variações dialetais como aquelas presentes em Homero, Heródoto e Eurípides. Além disso, apesar de seu foco no Grego Clássico, a leitura de autores posteriores, como Apolônio de Rodes e Pausânias, e mesmo da Biblía, é plenamente possível.
Após a conclusão do método, prosseguimos as aulas com a leitura de um original que seja de interesse do aluno.